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SEXO APÓS CIRURGIA cardíaca

A atividade sexual é muito importante e faz parte de uma vida plena, saudável e feliz. No entanto, muitos pacientes que precisam realizar a cirurgia cardíaca possuem medos e dúvidas a respeito. Não sabem como e quando podem praticar o sexo depois da cirurgia. A timidez, por vezes, impede que esse assunto seja tratado de forma natural e aberta com o médico responsável.

Os batimentos cardíacos aceleram e todo o metabolismo também aumenta seu ritmo. O ato sexual desencadeia uma série de reações no organismo e sua prática saudável é recomendada para o bem-estar de corpo e mente.

Uma vida sexual ativa não tem limite de idade, porém, pacientes que passaram por procedimentos cardíacos ou que têm doenças cardiovasculares, como pressão alta, devem contar com a orientação médica para que o sexo seja feito com segurança e de forma prazerosa.

Para falar sobre a combinação sexo e coração, preparamos este artigo que aborda as recomendações e possibilidades para a manutenção da atividade sexual em pessoas que sofrem de problemas cardíacos. Acompanhe a leitura!

O sexo e a energia gasta durante sua prática

Antes de citar as questões relacionadas aos pacientes cardiovasculares, uma rápida passagem pelo gasto energético durante uma relação sexual e a comparação com outras atividades.

Esses números são importantes para se observar o quanto o sexo ativa o metabolismo e o quanto ele “usa” da nossa energia. Os valores estão na unidade de MET (Metabolic Equivalent of Task, em inglês), que significa, Equivalente Metabólico da Tarefa.

De acordo com estudos, durante o pico da atividade sexual, ou seja, no momento do orgasmo, atinge-se de 3 a 4 METs.

questões físicas e psicológicas

Pacientes com doenças cardiovasculares ou que passaram por algum procedimento cardíaco podem ter a vida sexual afetada.
O sexo pode sofrer interferência de duas formas:

  1. Pelo próprio diagnóstico cardíaco e as implicações psicológicas que acarreta, como ansiedade e medo de morrer
  2. Pelo uso de diversos fármacos, que são capazes de prejudicar o desempenho sexual (como disfunção erétil e/ou perda da libido)

Infarto: risco maior de um ataque cardíaco no sexo

Engana-se quem pensa que pessoas que já sofreram infarto tem risco maior de um novo caso durante o ato sexual. Análise de estudos feitos com mulheres e homens de 50 a 70 anos apontou que o risco de infarto do miocárdio, nesta faixa etária, aumenta 2,7 vezes, e que não há alteração em pacientes que já tiveram infarto ou outra doença cardiovascular.

O que chama atenção, no entanto, é a questão dos sedentários: eles têm probabilidade três vezes maior de um infarto do que os indivíduos fisicamente ativos.

Outro dado importante a ser esclarecido é que o número absoluto de problemas cardiovasculares na realização da atividade sexual é mínimo: menos de 1% do total de infartos.

A retomada da vida sexual após um problema do coração

O medo, a insegurança, a ansiedade, as alterações no desejo por conta das medicações e a própria culpa em relação ao parceiro são alguns dos fatores que dificultam a retomada da vida sexual pelos pacientes cardíacos.

Por isso, é de extrema importância a orientação e o esclarecimento de seu Médico. Discutir o assunto não deve ser um tabu. É preciso falar pois trata-se de uma questão de saúde também.

Estima-se que, após um diagnóstico ou procedimento cardíaco, cerca de 25% dos pacientes conseguem retornar à vida sexual normal, com as mesmas frequência e intensidade de antes do ocorrido.

Já metade dos pacientes volta a praticar o sexo com algum grau de diminuição em frequência e/ou intensidade. Os 25% restantes não conseguem reassumir sua atividade sexual.

Além do Médico, é importante que o paciente converse abertamente sobre o assunto e sobre seus sentimentos com seu (sua) parceiro (a). Colocar as angústias para fora e deixar a outra pessoa saber o que se passa são formas de cuidar também.

Cada paciente é capaz de retomar sua vida sexual com prazer e satisfação, de acordo com suas possibilidades e limites. O importante é que se restabeleça a qualidade de vida e o bem-estar.

Sexo após cirurgia cardíaca: Dúvidas mais frequentes

Quando posso voltar a fazer sexo depois da cirurgia?

Depende. Para que o paciente seja liberado para fazer sexo depois da cirurgia, é preciso analisar o condicionamento cardiovascular de cada pessoa.

Durante a cirurgia cardíaca, o coração do paciente costuma ser bastante manipulado pela equipe médica. Por isso, é preciso respeitar um prazo para que o músculo cardíaco se recupere e possa voltar a trabalhar com maior frequência sem problemas.

Em média, são necessárias de 6 a 8 semanas para que isso seja possível. No entanto, pacientes que realizam trabalhos de reabilitação física tendem a ser liberados para o sexo depois da cirurgia um pouco antes.

Quais os cuidados que devo ter com a cicatriz?

A cirurgia cardíaca é feita através de uma incisão no osso esterno, na região central do tórax. No fim do procedimento, esse mesmo osso é rigorosamente costurado com fios metálicos, para que fique fixo e possa se unir rapidamente.

Apesar disso, por mais que as técnicas de sutura e materiais utilizados tenham evoluído, os pacientes precisam evitar movimentos bruscos, que podem fazer o osso se deslocar. Assim, mesmo que nas primeiras semanas você já consiga subir escadas e caminhar rapidamente, o sexo depois da cirurgia deve ser feito de forma leve / moderada.

É comum perder a vontade de fazer sexo depois da cirurgia?

Sim. As doenças cardíacas têm como um dos sintomas mais precoces a dificuldade de ereção. Além disso, é comum que a realização da cirurgia cardíaca faça os pacientes perderem o desejo sexual por um tempo – e que seus parceiros tenham medo de machucá-los durante a relação sexual.

posso usar Viagra e Cialis depois da cirurgia?

Todo medicamento deve ser utilizado com supervisão e orientação médica. No caso dos estimulantes sexuais como Viagra e Cialis, existe uma contraindicação absoluta do consumo dessas drogas junto a medicamentos à base de Nitratos, como os vasodilatadores Sustrate, Isordil e Monocordil.

Os estimulantes sexuais também devem ser utilizados com cautela junto a medicamentos para hipertrofia prostática benigna, já que pode ocorrer uma redução mais expressiva da pressão arterial.

CONSEQUÊNCIAS DE não SEGUIR as recomendações médicas?

Caso o paciente pratique sexo depois da cirurgia de forma muito precoce ou inadequada, as consequências costumam variar entre:

  • Desconfortos e dores fortes na cicatriz: Por conta da movimentação do osso esterno, que ainda está em processo de fixação.
  • Manifestações de arritmias cardíacas: Por conta do excesso de estímulos sofridos pelo coração, que também não estará totalmente recuperado do procedimento cirúrgico.
  • Pressão baixa e eventos cardíacos graves: A combinação de medicamentos estimulantes sexuais, vasodilatadores e para a hipertrofia prostática pode provocar uma queda severa na pressão arterial dos pacientes e provocar alterações cardíacas graves.

Lembre-se: converse com o seu médico sobre a retomada do sexo depois da cirurgia cardíaca. Tire todas as suas dúvidas sobre o assunto. Diálogo é fundamental e seu Cardiologista é a pessoa mais indicada a lhe orientar sobre a atividade sexual após a cirurgia cardiovascular.

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